Atualizações em Neuroimunologia – Fev/13

Publicado: 18/03/2013 em Neuroimunologia
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Novas opções terapêuticas para o tratamento da miastenia gravis: uma visão do futuro

(“Biologics and other novel approaches as new therapeutic options in myasthenia gravis: a view to the future”)

Dalakas MC

Ann N Y Acad Sci. 2012 Dec;1274:1-8

Abstract: A miastenia gravis (MG) é uma doença causada por anticorpos que estimulam a cascata de complemento contra receptores de acetilcolina (AChR). Além dos anticorpos e da cascata de complemento, a patofisiologia dessa doença envolve fundalmentalmente células T reguladoras (células Treg), células Th17, e o reconhecimento de epítopos dos AChR por células T CD4+.  Novos agentes biológicos, no momento em estudo, oferecem potencial para um tratamento da MG mais específico, visando os seguintes processos: (1) moléculas reguladoras de células T,  sejam elas intracelulares, ou que funcionem na coestimulação ou transdução dessas células; (2) células B – atuando em receptores CD20 ou em fatores tróficos de células B como BAFF e APRIL; (3) cascada de complemento – ao se regular C5, pode-se impedir a formação de MAC; (4) citocinas e seus receptores , modulando interleucinas (IL)-6, IL-17, ou as  Janus tyrosine kinases (JAK)1 e JAK3; e (5) células de adesão/moléculas reguladoras da migração de células T; 6) reengenharia de anticorpos patogênicos (i.e., molecular decoys) através da construção de anticorpos recombinantes que bloqueiam a estimulação da cascata de complemento pelos anticorpos patogênicos. Apesar do perfil terapêutico promissor desses agentes, o fato do custo excessivo e complicações raras deve ser levado em consideração, necessitanto de estudos controlados para podemos equilibrar segurança, eficácia, benefícios e riscos.

Comentário: A MG é talvez uma das doenças neurológicas da qual mais se sabe a respeito da fisiopatologia. Apesar disso, ainda não temos um medicamento de controle da doença e sim, o medicamento mais usado controla os sintomas. Esse artigo adressa essa questão e traz algumas esperanças de novos medicamentos para casos refratários a atual medicação.  O interessante é que essas novas possibilidades farmacêuticas atuam em diferentes vias imunológicas. Exemplos de possíveis medicamentos que já estão em estudos clínicos para a utilização na MG são: rituximab (atuando em células B), eculizumab (atuando na cascata de complemento). Outros medicamentos sugeridos são: daclizumab (atuando em células T), natalizumab (atuando na migração de linfócitos), assim como outras sugestões. Também é interessante olhar a figura 1 do artigo, que sumariza a fisiopatologia da Miastenia Gravis, assim como os novos potenciais alvos no tratamento dessa doença.

Link: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23252891

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