Posts com Tag ‘Receptor de Dopamina D2’

MicroRNAs no LCR: grandes avanços na EM?

(“MicroRNAs in the CSF: macro-advance in MS?”)

Meinl E, Meister G

Neurology. 2012 Nov 27;79(22):2162-3

Abstract: Não há.

Comentário: Esse editorial merece ser lido, pois explica de maneira efetiva os microRNAs, como eles atuam e como podem contribuir no estudo da Esclerose Múltipla (EM). Faz-se mister estressar que com o estudo de MicroRNAs por Haghikia et al., 3 miRNA tiveram expressão diferente em grupo de pacientes com EM quando comparados com grupo controle. Desses 3 miRNA, 2 foram mais expressos e 1 inibido. Outro resultado interessante é que 2 desses miRNA conseguiram diferenciar EM recorrente remitente de secundariamente progressiva.

Link: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23077022

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Anticorpos contra o receptor D2 em distúrbios de movimento e transtornos psiquiátricos de origem autoimune

(“Antibodies to surface dopamine-2 receptor in autoimmune movement and psychiatric disorders”)

Dale RC, Merheb V, Pillai S, Wang D, Cantrill L, Murphy TK, Ben-Pazi H, Varadkar S, Aumann TD, Horne MK, Church AJ, Fath T, Brilot F

Brain. 2012 Nov;135(Pt 11):3453-68

Abstract: Recentemente, surgiram vários artigos relatando autoanticorpos que se ligam se a receptores de superfície de neurônios ou a proteínas em sinapses neuronais que causam encefalites autoimunes que são tratáveis. Apesar desses avanços, muitos casos de encefalites se mantém sem diagnóstico. Previamente, nós tínhamos descrito um tipo de encefalite dos gânglios da base (EGB) com predominante semiologia psiquiátrica e de distúrbio de movimento, na qual propusemos ser de etiologia autoimune.  Dado o papel da dopamina e de seus receptores no controle do movimento e no comportamento, nós sugerimos que os pacientes com EGB, assim como em outras desordens dos gânglios da base, portassem anticorpos contra proteínas de superfície dopaminérgicas. Utilizando soro de pacientes com EGB, foi possível marcar neurônios cultivados  que expressavam intensamente proteínas de superfície dopaminérgicas. Com o intuito de detectar autoanticorpos, foi realizado citometria de fluxo utilizando células renais embriônicas expressando antígenos de superfície. Doze de 17 crianças (0.4-15 anos, nove do sexo masculino) com EGB apresentaram altos títulos de imunoglobulina G contra o receptor extracelular  de dopamina D2 quando comparado com 0/67 controles. Imunofluorescência em cérebros de ratos usando o soro de pacientes com EGB mostrou padrão de imunomarcação consistente com anticorpos contra neurônio positivos para proteina associada à microtubulos 2 (MAP2) no estriado, assim como em neurônios estriatais, ocorrendo tênue marcação em cérebros de animais knock-out para o receptor D2. Imunohistoquímica confirmou a imunoreatividade localizada à superfície do receptor D2 em células transfectadas. Imunoabsorção de soro de pacientes com EGB com células renais embriônicas humanas transfectados com receptor D2 diminuiu a imunomarcação. Não foi encontrado, nos pacientes com EGB, IgG contra receptores D1, D3 ou D5 ou receptor para N-metil-d-aspartato (NMDA). Os 12 pacientes positivos para o anticorpo contra o receptor D2 apresentaram encefalites acompanhados de distúrbios de movimento caracterizados por parkinsonismo, distonia and coreia. Os distúrbios psiquiátricos foram caracterizados com labilidade emocional, deficit de atenção e psicose. Ressonância Magnética mostrou lesões localizadas aos gânglios da base em 50% dos pacientes. Títulos altos de IgG contra o receptor D2 foi encontrado em 10/30 pacientes com coreia de Sydenham, 0/22 pacientes pediátricos com desordens neuropsiquiátricas autoimunes associadas com infecção estreptocócica e 4/44 pacientes com síndrome de Tourette. Não foi encontrado IgG contra o receptor de D1 em nenhum paciente ou controle. Nós concluímos que a avaliação de anticorpos contra o receptor de D2 pode ajudar em definir desordens to movimento e psiquiátricas.

Comentário: Artigo interessante. Caracteriza clinicamente um subgrupo de encefalite em crianças e adolescentes de provável etiologia autoimune. O trabalho de descrição e caracterização do anticorpo é extenso, mas deve ser lido

Link: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23065479

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Investigação Inicial da Barreira Hematoencefálica em Lesões de Esclerose Múltipla usando 7 Tesla

(“Initial investigation of the blood-brain barrier in MS lesions at 7 Tesla”)

Gaitán MI, Sati P, Inati SJ, Reich DS

Mult Scler. 2012 Dec 17

Abstract: Introdução: Previamente, nós descrevemos duas modalidades dinâmicas de realce por contraste em lesões de Esclerose Múltipla em imagens de ressonância magnética: lesões novas de médio-tamanho que realçam centrifugamente, enquanto lesões levemente mais velhas e maiores realçam de forma centripetal. Devido a limites técnicos, nosso estudo prévio, não caracterizou lesões menores que 5 mm em diâmetro , realce de lesões corticais e estruturas anatômicas nessas lesões. Objetivo: O objetivo deste artigo é obter observações iniciais em importantes aspectos do desenvolvimento de lesões em Ressonância Magnética de 7 Tesla com alta resolução espacial. Métodos: 8 pacientes participaram de um protocolo de Ressonância Magnética com aquisição de imagens em T2, T1 antes e após contraste e em alta resolução dinâmica durante e após contraste. Resultados: Foram detectadas 15 lesões captantes de contraste, sendo 10 lesões também analisadas em protocolo de captação dinâmica de imagens. Cinco lesões menores de 4 mm realaram centrifugamente (realce central inicial alastrou-se para a periferia da lesão), e 5 lesões maiores que 4 mm realçaram de forma centripetal (realce periférico gradualmente preencheu a lesão). Uma lesão leucocortical inicialmente mostrou realce primeiramente na substância branca, com posterior e gradual alastramento para o cortex. 73%das lesões foram perivenulares. Conclusão: A maioria das lesões são perivenulares, e as lesões menores realçam centrifugamente. Tais fatos suportam a ideia que essas lesões crescem de uma veia central para a periferia.

Comentário: A Esclerose Múltipla é uma doença que o neurologista necessita estar atualizado. Para um bom acompanhamento do seu paciente, entender as alterações na Ressonância Magnética é necessário. Esse artigo é de simples leitura, traz um conhecimento novo para o campo da radiologia que está de acordo com o conhecimento patológico dessa doença. Apesar de todos esses comentários favoráveis, lembro que esse artigo deve ser lido com a consciência de que as conclusões são baseadas em um pequeno número de pacientes.

Link: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23246799