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Tolerabilidade comparativa de tratamentos para migrânea aguda: Uma meta-análise em rede 

(“Comparative tolerability of treatments for acute migraine: A network meta-analysis”)

Thorlund KToor KWu PChan KDruyts ERamos EBhambri RDonnet AStark RGoadsby PJ

Cephalalgia. 2017 Sep;37(10):965-978

Comentário: O uso de medicações abortivas de crises na migrânea é um tema da maior importância médica, tanto para generalistas quanto para neurologistas. Além da própria eficácia das medicações, um parâmetro de escolha das medicações é seu perfil de segurança: quanto menos efeitos adversos a droga causar, maior chance de ser usada pelos pacientes. Considerando especificamente a tolerabilidade das principais medicações abortivas usadas em migrânea, os autores realizaram uma revisão sistemática com meta-análise para agregar os extensos dados da literatura descrita até hoje.

Os autores usaram a técnica de meta-análise em rede (comparação de várias intervenções entre si, o que acaba gerando mais heterogeneidade) para comparar várias modalidades de triptanos, AINEs inibidores seletivos da COX-2 e não-seletivos, além de ergóticos e analgésicos comuns versus placebo, para determinar quais as drogas que mais causam efeitos adversos. Não foi surpresa ver que os triptanos foram as medicações com maior índice de efeitos adversos (gerais ou relacionados ao tratamento); contudo, o naratriptano apresentou o melhor perfil de tolerabilidade entre os triptanos (algo que já sabemos da prática clínica). O sumatriptano foi a medicação com pior perfil de tolerabilidade, ao lado do zolmitriptano. Os efeitos adversos mais descritos nos triptanos foram vertigem, desconforto torácico e vômitos.

Entre os AINEs, não houve diferença de tolerabilidade entre inibidores seletivos da COX-2 e não-seletivos (naproxeno, ibuprofeno).

Do ponto de vista técnico, a abordagem meta-analítica dos diversos tratamentos pareceu bem executada, confirmando impressões clínicas sobre o uso dos abortivos para migrânea. Em resumo, naratriptano parece ser o melhor triptano na relação eficácia/efeito adverso, e o AINEs são bem tolerados pelos pacientes, independente de serem inibidores seletivos da COX-2 ou não.

Link: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27521843